14 dezembro 2010

Wikileaks – A adolescência da Era da Informática (1)

A coragem é contagiante e a verdade liberta, dois conceitos que produzem dor. A Era da Informática adolesce. Esta fase vai passar e enquanto não passa deve ser vivida com entusiasmo.

O sr. Julian Assenge não deve sonegar informações para se resguardar. Não divulgar informações realmente importantes com a intenção de parar o ímpeto vingativo do “estabilishment” americano, não é possível dentro do modus operandi escolhido por este jornalista. Deste modo, o governo do EUA fará pressão contínua para obter êxito e este êxito será o silêncio eterno do jornalista que deseja se preservar, ou seja, sua própria derrota.

Ele deve divulgar todas as informações paulatinamente, de acordo com os seus critérios de primazia, já que é ele quem está divulgando, no entanto, não deve sonegar nenhuma informação, independente das conseqüências desta divulgação. As conseqüências pelo conteúdo devem recair sobre o autor de cada documento e não sobre o mensageiro.

Se o jornalista abraçou esta causa e adotou este método de trabalho, deve o fazer o seu trabalho integralmente, para não se juntar ao grupo que ele faz a crítica. A coerência nesta sua voluntária e solitária função não permite a escolha do que deve divulgar, ou do que não deve divulgar.

Um jornalista na posição do sr. Julian, defendendo os princípios e valores que ele defende, não poderá negar qualquer informação ao público. Nesta posição o jornalista deve divulgar todos os fatos, documentos, notas, telegramas, fotos ou filmes, testemunhos esclarecedores de atos e de seus autores, incluindo suas conseqüências de teor moral, humano ou econômico na certeza do cumprimento de uma missão. Esta missão não é fácil.

A proteção de suas fontes deve ser a sua prioritária ação. Não revelando as suas fontes pavimenta a estrada que trará novas informações à luz, no entanto, existe um preço à pagar e todo o ônus recai sobre os seus ombros, sua carga nesta empreitada.

Ele será sempre o alvo público de seus detratores, dos que necessitam desmentir os fatos apenas apresentados; daqueles que precisam calar a exposição de suas transgressões, de seus crimes, de suas ações ilegais ou imorais.

Outro aspecto importante que devemos notar nesta questão de divulgação de “informações impublicáveis”, é a relação desta atividade do sr. Julian Assange com os valores mais nobres da espécie humana. Vemos que a divulgação destes documentos tem como meta apresentar transgressões a ética, a moral, a fé, a clemência, a verdade, a liberdade, a preservação da vida, a injustiça, a decência, a paz entre os homens, entre os povos e entre os governos.

Portanto, entendo que o sr. Julian pode administrar a liberação destes documentos de acordo com a sua conveniência. Documentos da diplomacia americana, hoje. Amanhã o foco pode ser outro país, de outra instituição, de outra comunidade, de outra corporação.

Mas deve apresentar tudo, porque o sr. Julian, hoje, é a ponta visível deste iceberg e não faltam Titanics neste mar de mentiras.

Além de tudo, a Era da Informação não está adolescendo sem dor. A maturidade após a adolescência desta Era, assim como qualquer amadurecimento pessoal, é uma transformação da ignorância para o conhecimento e eu não me lembro desta transformação acontecer sem dor e sem sacrifício pessoal.

Hoje percebo por tudo que assisto que após esta fase atribulada da purgação da mentira contumaz, deve florescer uma época de entendimento na qual a informação leve a felicidade, conhecimento e a sabedoria à toda gente, promovendo a redenção da verdade universal, educando os homens na preservação desta verdade.

Nesta outra fase futura poderemos afirmar que a Era da Informação alcançou a sua maturidade plena, onde a sabedoria da opção pela Verdade se sobrepõe a esperteza simples de resultados curtos pela mentira fácil.

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04 dezembro 2010

Wikileaks - Marco do início da era da informação

Até agora a era da informação não passava de um pirralho, agora está adolescendo, agora está iniciando para valer.

Estou com uma forte impressão que o Wikileaks é o primeiro canal público de vazamento de informação da nova era da informação e eles serão muitos. Isto vai revirar o mundo que conhecemos, muito mais do foi revirado na década de 70 com a geração paz e amor. Se prestarmos a atenção para a evolução dos fatos, vamos entender que o site Wikileaks não é um fato isolado ou coisa de um louco irresponsável como o "stabilishment" das nações do primeiro mundo querem nos convencer.
Na verdade está acontecendo uma revolução dentro desta era da informação e este site está fazendo uma purga nas atitudes cínicas das relações entre as nações. A bola da vez é o EUA, e outras podem seguir seus passos neste calvário diplomático, criado pelos próprios EUA voluntariamente, não foi forçado a nada. Apenas, expostas as suas entranhas.

Fato fundamental: O Wikileaks não fez qualquer análise de valor, se quer comentou cada documento, cada atitude, ou cada ordem escrita pelo governo americano para o governo americano. O cerne do problema é que esta nação muito armada está acostumada a constranger outras nações.
Mas não tem o espírito crítico para suportar beber do seu próprio veneno, criado por si para si. Ainda mais, encostada na parede por um grupo de pessoas que clamam pela liberdade de imprensa levada até as últimas conseqüências, publicamente.

Para um governo, inclusive os anteriores, que sempre manteve um discurso pela liberdade, fundamento de sua nação, quando confrontado com o Wikileaks, demonstra a falsidade de seu discurso e de seus princípios? O que estamos vendo é um "stabilishment" perdido diante do impensável, diante do imprevisível, sem saber o que fazer, ou como tratar esta questão levantada pelo Wikileaks.
Por falta de uma liderança pessoal e forte, que assuma a responsabilidade de conduzir esta questão nacional, todos ficam atirando para todos os lados, pedindo para matar quem trouxe a notícia.

Se pensarem mais um pouco verão, que devem dar a cara a tapa, pedir perdão sincero a todos os envolvidos, inclusive quem vazou os documentos, e começar do início com honestidade, agradecendo a oportunidade para se limpar, concedida por este site e sua equipe. Para tanto, falta um estadista, um Kennedy, um Abraham Limcoln, que disse:

"Podeis enganar toda a gente durante um certo tempo; podeis mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não vos será possível enganar sempre toda a gente."

Os vazamentos estão apenas começando, isto será uma prática muito saudável, dentro em breve, e lutar contra ela deve ficar o serviço dos maus, dos enganadores, dos usurpadores, dos criminosos, dos ditadores, dos ladrões de dinheiro públicos, exportadores de revoluções baratas.
Nações com princípios devem apoiar ações deste tipo implementadas pelo Wikileaks no menor tempo possível. Meu conselho às boas nações: Apoiem a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa, mesmo que doa um pouco, porque ela garantirá a liberdade política, tornará perene a liberdade individual, cerne de todas as boas Constituições.

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